Teresa Dias

  Departamento de Matemática

  

CONJUNTO DE CANTOR

    Seja I = [0, 1] e definamos a sucessão    de subconjuntos encaixados, fechados e limitados de [0, 1] do seguinte modo: para obter L1, retire-se do intervalo I o seu terço  médio  ]1/3, 2/3[;   L2  é  obtido  de  L1 removendo-se  dele  os  terços  médios ]1/9, 2/9[ e ]7/9, 8/9[; em geral, Ln+1 resulta de se retirar de Ln os terços médios abertos de cada um dos 2n intervalos fechados que constituem Ln. Repetindo o processo indutivamente, obtemos um subconjunto fechado do intervalo [0, 1], o Conjunto ternário de Cantor C, que é a intersecção  .

    Note-se que a amplitude  cada um dos 2n intervalos, que constituem Ln, é igual a

e que a soma dos comprimentos dos intervalos abertos, removidos na construção de C, é igual a um, exactamente o comprimento do intervalo inicial I. De facto, designando por Lnc o conjunto dos intervalos abertos removidos na n-ésima etapa da construção de C, temos que o comprimento de L1c é 1/3 , o comprimento de L2c  é  2/9  e, em geral, o comprimento de Lnc é

 

Assim, a soma dos comprimentos de todos os intervalos abertos removidos na construção do conjunto ternário de Cantor é igual a  

  

     No entanto, podemos afirmar que o conjunto ternário de Cantor C é não vazio, porque os pontos extremos dos intervalos retirados, como 1/3, 2/3, 1/9, 2/9, 7/9, 8/9, lhe pertencem. Além disso,  o conjunto ternário de Cantor é um subconjunto compacto de IR, por ser intersecção de intervalos fechados e limitados.

    O conjunto de Cantor é um fractal, porque a sua dimensão topológica = zero é menor que a sua dimensão fractal