The concept of "aboutness" in subject indexing
É aceite, sem grandes reservas, que através da indexação se consegue sumariar o conteúdo de um documento, através do qual se determina sem problemas o assunto do documento. É suposto que a relação entre o documento e a respectiva indexação é como que uma condensação semântica do mesmo, ou seja, a indexação representa um sumário do conteúdo de todo o texto.
A indexação é feita através de palavras-chave, e/ou frases do texto que no seu conjunto formam o assunto do documento. Estas palavras-chaves são escolhidas tendo em conta, a sua frequência no texto, e atendendo à sua relevância para o assunto tratado no documento. Esta indexação é feita através de cálculos estatísticos e tem tido algum sucesso. Mas não tem em conta, prefácios, títulos, conclusões, etc.
O autor (W.J. Hutchins) acha que a indexação clássica não chega para se determinar com exactidão o assunto de um documento.
Em qualquer frase existem alguns elementos em que o escritor pressupõe que o leitor já os conhece - given, e outros que são novos - new para o leitor. Os elementos given são, geralmente, pronomes (como ele, ela, eles,...), artigos definidos, demonstrativos (este, aquele), relative clauses (o homem de que falei), ou pela repetição da expressão anterior. Os elementos given constituem o theme, e os novos o rheme.
Normalmente, o theme antecede o rheme. Existem dois tipos básicos de progressão: a linear e a paralela (ver figuras 1 e 2).
Figura 1
Figura 2
Um exemplo de progressão linear:
O rapaz está lendo um livro. É sobre elefantes. Estes animais são oriundos da África e da Índia.Um exemplo de progressão paralela:
O rapaz regressou da escola. Primeiro teve que comer qualquer coisa. Depois foi jogar futebol.
Normalmente um parágrafo ou um segmento maior de texto consiste numa mistura destes dois tipos de progressão. Um exemplo é representado pela figura 3.
Figura 3
Todos os oradores e escritores fazem suposições acerca do conhecimento e interesses dos seus ouvintes ou leitores. Desta forma há, genericamente, dois tipos de leitores, aqueles que conhecendo o assunto, querem aprofundar os seus conhecimentos; e aqueles que querem começar a estudar esse assunto. Uns e outros têm expectativas que devem ser satisfeitas, ou seja, ambos estão à espera que as matérias que o escritor acha que devem conhecer as conheçam de facto, e por outro lado estão à espera de aprender "coisas" novas. É, pois, importante que a indexação mostre claramente, qual o grau de conhecimento que o documento exige, e que "coisas" novas ele traz para quem o lê! Ou seja a indexação deve ter presente as necessidades dos leitores.
Obviamente que através da indexação, torna-se muito difícil separar estes dois tipos de conhecimentos: aqueles que o leitor deve possuir e aqueles que serão novos para ele.
W.J. Hutchins acha que, como todos os documentos têm um sumário executivo (abstract), este deve ser o tal sumário que a indexação tenta encontrar para os documentos, já que aqui conseguem-se encontrar os dois tipos de conhecimentos a partir dos quais o leitor se pode posicionar relativamente ao conteúdo do texto. Apenas para documentos que não tenham um bom abstract, se deve seguir a "tradicional indexação".
Como conclusão, o conceito de assunto não deve ser o sumário do
conteúdo de todo o documento, mas os conhecimentos que o escritor supõe que o leitor tem
para ler o seu texto.
@ 1999