O vinho do Dão: internacionalização

Conclusão 

A Região Demarcada do Dão produz um dos vinhos mais afamados do país. Vinhos prestigiados, de grande qualidade e com uma excelência nos aromas e sabor.

Desde há muito tempo atrás que todo o processo de vinificação se liga com práticas e hábitos culturais que vão desde a vindima e pisa das uvas nos lagares à festa do fim da colheita. Todos estes elementos revelam o cariz próprio do povo e da cultura onde a produção se processa.

Não obstante a introdução de tecnologias e automatização no processo de produção, a tecnologia tradicional ainda se faz sentir e ainda continua a servir de suporte para muitos produtores.

Todavia, na sociedade actual, no mercado concorrencial a que hoje assistimos, é insensato o produtor que apenas segue a tecnologia tradicional. Os consumidores têm preferências e exigências cada vez maiores em relação ao produto que querem adquirir. O seu leque de escolha extenso conduz à necessidade de uma produção cuidada e rigorosa dos vinhos.

Os vinhos do Dão, como marca registada no mercado, levam a cabo um controlo muito rígido no que se refere à sua qualidade. Todos os vinhos, antes de serem comercializados, são sujeitos a várias provas a fim de receberem a denominação de origem, um título que garante a qualidade e origem do vinho.

Esta garantia é criada por um selo emitido pela comissão regional.

Os vinhos do Dão são objecto da maior atenção, interesse e afeição de milhares de produtores de vinho que, individualmente ou em grupo, formam as 10 cooperativas, adegas do Dão (UDACA).

Um grande grupo de produtores e engarrafadores produzem, nas suas próprias adegas, os já famosos " vinhos de quinta" onde, com grandes investimentos na tecnologia e um produto natural de grande qualidade estão criadas as condições para a produção deste produto bastante apreciado.

Algumas companhias estão a investir bastante na produção do vinho do Dão e em centros de engarrafamento em toda a Região Demarcada.

O melhor centro criado é o da Quinta dos Carvalhais devido à inovação tecnológica utilizada.

Há bastantes intenções de investimento na região, tanto por parte de outras empresas como por parte dos produtores individuais. Isto significa que há grandes perspectivas de negócios e que, acima de tudo, as pessoas acreditam na região e no seu futuro.

A cultura da vinha regional, enriquecida pelo investimento e pelo trabalho significativo de todos, é o factor decisivo de progresso e do desenvolvimento sócio-económico em toda a região. Tanto os produtores como os comerciantes têm os seus benefícios.

Além disto, o vinho como factor cultural, influenciou toda a região que vive, por assim dizer, do vinho e para o vinho. Temos uma sociedade profundamente ligada à produção e desenvolvimento da vinha, claramente reflectida nos seus altos e baixos. Bons anos de produção trouxeram expansão, os maus trouxeram recessão.

É por isso que durante a colheita, tanto na vinha como nas adegas, a música e cantigas populares e outras expressões de alegria fecham o ciclo de produção. Há uma forma muito típica do povo expressar a sua gratidão por uma boa colheita: os ramos florescendo estão atados em forma de cruz, simbolizando a esperança e a fé de uma boa recompensa económica pelo duro trabalho realizado ao longo de todo o ano.

Numa estreita aliança entre o tradicional e o desenvolvimento técnico, o homem Beirão desenvolve a sua actividade em prol da sua mais nobre produção: o vinho do Dão.

Sem mérito, mas profundamente enraizados nos valores hereditários, ele cria e produz na actividade "ardente", completamente consciente de que o bem estar e a riqueza dos seus descendentes dependem grandemente do fruto do seu trabalho.

Apostando nos métodos tradicionais, mas investindo (mais de um milhão de contos) nas mais modernas tecnologias, a Sogrape criou, como já foi dito, a Quinta dos Carvalhais. Vinhos tão famosos e excepcionais como Duque de Viseu, Grão Vasco, Dão-Pipas, Dão Pipas Reserva, Dão Reserva, etc., são aqui produzidos.

E bom será não esquecer que o vinho do Dão foi - e continua a ser - considerado, pela maior parte dos enólogos, o melhor vinho de mesa português e um dos melhores do mundo.